quinta-feira, 2 de dezembro de 2010





É triste o que escreves!

Como é que eu explico
Que tudo o que escrevo é FELIZ

Certo, como o dia de amanhã
FELIZ, como a palavra não descreve
Presente, como todo o passado
Que trago até hoje

É triste o que escreves!
Tudo o que escrevo é FELIZ!

sábado, 27 de novembro de 2010





Pergunto-me

O que conhecerei da minha origem
O que poderei descobrir
O que disso será verdade

[Duvidarei sempre da verdade!]

terça-feira, 23 de novembro de 2010



Amanhã
Quero continuar a pertencer a essa rua
Como se ela fosse um prolongamento do meu sentir

Imagino-me a ser
As casas que a contornam
As galerias de arte
As exposições
Os artistas

As pessoas que caminham
O chão que suporta
As roupas
Os pensamentos

O CCB
As lojas, objectos, cores
A mesa em que lanchavam os vendedores
As conversas que os entretinham
A partilha

Amanhã
Quero continuar a pertencer a essa rua
Saber-me diferente
E, sobretudo, igual!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Compreendes o milagre
De cuidar de um quilo e pouco de Pessoa

Sentir-me Deus e Ser Humano ao mesmo tempo

Ser Enfermeira?

terça-feira, 16 de novembro de 2010





Faz frio dentro de mim
Talvez caiam folhas
E chova de vez em quando

Vou comprar mais agasalhos
1 guarda-chuva
Escapar deste Inverno que teima abarcar-me

Talvez consiga aí construir uma Primavera!

Há questões que matam tudo o que somos
Transformam-nos em pó
E, por vezes, em nada

Crescerá aí o lamento?
NÃO! Reunir-se-á a força necessária
Para abrir o futuro

[Será que vejo tão longe quanto os outros?]




Dá-me
1 momento de insónia
Uma janela aberta para a noite
1 pedaço de céu
Uma neblina ao longe
E cada vez mais perto

Dá-me
Uma cidade a meus pés
Pessoas a caminhar na rua às 2:59h
Uma música conhecida a passar na rádio
Memórias do que consegui ser
Do que quero ser

1968 Apolo rumo à lua

E, talvez, eu já só consiga dormir quando não for noite!

terça-feira, 2 de novembro de 2010


É cedo, de tão noite

Coimbra não dorme
Os meus vizinhos não dormem
Eu não durmo

Não sofremos por insónias
Nem por um qualquer amor

Não permanecemos acordados por obrigação
Nem por um qualquer delírio

Não fechamos os olhos por cansaço
Nem por nos sentirmos mortos

É cedo, de tão noite

E estamos vigilantes por esse orgasmo que é criar!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010





Se pudesse voltar ao futuro
A esse lugar que me preenche
Ao qual sinto pertencer
Seria imortal

Libertar-me-ia

De um passado que já foi
De um presente que já não é
De Deus e de Cronos

Escoltaria o que sou
A minha obra

Salvaria a minha alma
S.O.S.

domingo, 12 de setembro de 2010


Não acredito em Princesas. Não acredito em príncipes. Não acredito em histórias de amor com finais do género … e foram felizes para sempre!
Não acredito em Finais Felizes!
Se são felizes, porque seriam finais?
Contudo existem sonhos em que consigo ser boa pessoa e conheço boas pessoas. E nesses sonhos eu posso ser o que sou e nada mais e posso ser o que sou e um pouco mais… Posso, compreendem? Nesses sonhos Cronos obedece-me acelerando os ponteiros nas ausências e diminuindo-lhes o ímpeto nas presenças. Nesses sonhos é possível o conhecimento mútuo, a sensação orgástica do toque, a sensação de que só seriamos felizes naquele momento, daquela vez!
Já disse. Não acredito em Finais Felizes! Acredito em sonhos felizes e de vez em quando em histórias felizes!
Acredito que o Amor, a par da arte, senão uma forma de arte, ajuda o Universo a ser Universo. A Humanidade a ser mais Humana, os Homens a ser mais Homens e, porque não, as Mulheres a ser mais Mulheres!
Aproxima-nos de Deus. Não desse Deus comercial “em qualquer igreja perto de si!”. Não desse Deus que julgamos Ser. Não desse Deus personalizado pelo Universo. Mas do Deus das pontes, das nossas pontes com o universo. Das pontes que conseguimos construir juntos.


Take my hand.

E permite-me continuar a viver histórias felizes!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010




I
A escrita não se cria
Os caracteres são conhecidos
As palavras das esquinas que frequentas
As frases, frases feitas

As ideias
São de outros como tu

A Mensagem
Da Pessoa que resta em Ti

A escrita não se cria
Toda ela é transformação

II
Já disse.
Toda ela é transformação

A daquele que pensa
Escreve

Sente

O transformador

III
Já disse.
O transformador

Aquele que usa a sua língua,
Deus-Homem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

100 palavras, com imagens





Papel branco.
É, em pânico,
Ter-se sensações confusas
Pensamentos revoltos
Ideias?!

É, em pânico,
Não ter nada

Escrito, válido

É a ausência de feitos
Ou a patologia mais temível
Do poeta escritor

A extinguir-se!



Imagens?

domingo, 8 de agosto de 2010




Pudesse eu ser o que desejas
E continuaríamos parte
Do todo

Viveríamos uma felicidade opaca
Própria da visão singular

Do todo não haveria percepção
A menos que eu pudesse ser o que sou

sexta-feira, 6 de agosto de 2010



Conseguiste sentir-te a parar-me a vida?!


Palpo-te a face
Com um olhar
Correspondido

Procuro adivinhar-te o corpo
Conhecer-te a essência
Sentir-te a alma

Encontro-me no teu sorriso
Na forma como gesticulas
Na sensibilidade que aparentas

Um encontro quase perfeito
Se ousares encontrar-me

[Estou a fugir de mim!]

Corto os pulsos
A dor preenche-me o cérebro momentos depois
E, sobretudo, antes

Vejo sangue a percorrer-me as mãos
Mancho a roupa que não vesti,
A pele

Dou-me a um chão que me abraça

Deus
Acaba de chegar
Vê-me deitada, nua, a pintar um chão
Que está a deixar de me pertencer

[Adivinho que pensou em contactar o INEM
Mas ficou receoso por não conseguir falar com nenhum enfermeiro]

Promete-me o pôr-do-sol para colorir
Gritando, baixinho,
Que tenho de dar mais do que sangue
Para merecer o final do dia
Terei de dar o TUDO que sou

Corto os pulsos

quinta-feira, 29 de julho de 2010


És-me
Tempestade em dias de sol
Sonho em momentos de insónia
Inspiração em dias,
Que são dias e noites!

Não me pertences,
Dás-me pedaços de Ti!

Quero-te inteiro…

[Sempre que Te consigas dar!]

Mãos
Que prolongam o que dizes

Inquietas, imóveis, bonitas

Que tocam
Num quase beijo
Que suportam
Num beijo completo

Elegantes, cicatrizadas, fortes

Que cuidam!

terça-feira, 6 de julho de 2010


Ainda
Sentes o vento tocar-te a face
A chuva lavar-te a alma
O mar beijar-te os pés?

Ainda
Consegues sentir o que queres?

Ou

Envolves a face com o sobretudo
Cobres a alma com o guarda-chuva
Deixas o mar beijar-te os pés!

Percorres essa praia
[Deserta]

Apertando o sobretudo
Aproximando o guarda-chuva

Deixando de seres tu
Para seres tu e o mar
[Sentindo-o beijar-te os pés!]

segunda-feira, 28 de junho de 2010


Deus,
Dá-me as coordenadas para sair deste labirinto.

Um mapa antigo.

Uma bússola.

Mas não digas que a morte é saída!
Mesmo cadáver,
Sei-me a continuar neste labirinto!

Dá-me a Poesia!

[E, eu prometo duvidar da Tua inexistência!]

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Um dia
Escreverei 100 palavras

Concretizarei a quimera do Poeta

E, nascerá uma obra
De imagens. Sons. Esculturas.

Um dia.
Jamais num só dia.
Nem em 7!

Hoje
Serve-me o café que guardavas para
Amanhã

Hoje
Desperta-me dos sonhos que tenho acordada sobre o
Amanhã

Hoje
Beija-me a face após cada lágrima. Não esperes o
Amanhã

Hoje
Toda a nossa existência será diferente de
Amanhã

Hoje
Sê TUDO.

terça-feira, 11 de maio de 2010


Numa dessas viagens de comboio que faço observei um jovem… Cabelo quase rapado, traços bonitos, olhos verdes a combinar com a farda que ostentava com orgulho, olhar compenetrado… Estudava uma pequena lição impressa num caderno. Estudava com motivação… Lendo, pausando, olhando o longe e, adivinho, que repetindo a mensagem… Talvez memorizando-a para mais tarde, na sua voz agradável, a dizer bem alto. Curiosa… Espreitei disfarçadamente o alvo da sua leitura. Uma vez… Duas… Talvez, mesmo três. Eis que li o que transcrevo: “O Paraquedista não fala muito, fala do que sabe. As mulheres falam muito, os Homens actuam. A indiscrição pode causar a morte.”
Resta-me dizer que existem Pessoas que já nascem mortas. E outras tantas que ao copiar as primeiras se tornam vivos mortos.

Diário de bordo
Férias 2008

1 dia era Julho
Estava exausta
Foram tantos os dias até esse
Tantos os abandonos que realizei de mim
Imperava… Descansar

1 dia era vinte e alguns de Julho
Após a entrega
Distância
E restava viver a verdade
Do 2 voltar a ser 1

1 dia era fim de Julho
Regresso à origem, Terra
À casa
À família de pessoas
Limpeza

1 dia era Agosto
Acolhimento dos Franceses
Familiares distantes e sanguinamente próximos
E passaram dias
De barulho matinal
Almoço sempre às 12.30h
Café às 14.00h
Tarde em jogo ou a conduzir… os Franceses
Fim de tarde a jantar
Jantar às 19h
Café às 20h
Televisão às 23.30h
Saída tarde (de tão noite)
Dormir tardíssimo (de quase manhã)
[Ps. E louça, muita louça a lavar…]

1 dia era 19 de Agosto
Partem os Franceses
Viagem a Coimbra
É tempo de cozinhar arroz de marisco, Cartola, Baixa
No regresso leitão, volta a Portugal de bicicleta,
E, ainda, exaltação, subida à Torre dos Clérigos, Vila Verde.
Regresso à casa paterna

1 dia era fim de Agosto
Saudades de Coimbra
Onde sou Princesa

E viveu-se Coimbra
Figueira da Foz em praia
Aveiro em BUGA
E, novamente, Coimbra
Em limpeza

1 dia era Setembro
Ruma-se a Castelo Branco tórrido
Tarde no Marão em pedra
Dia em Marão, Portalegre, no “rodeo” alentejano
Depois Lisboa
E… elevador de Santa Justa, deriva em autocarro,
Fado, tristeza, perdida, dormir, compras…
Regresso a Coimbra, Porto, Paranhos

1 dia era 11 de Setembro
Esse dia é hoje.

Os teus cabelos brancos
São fios de vida

Os teus olhos
Janelas de vários mundos

As tuas rugas
Memórias grafadas

O teu sorriso
Amor
A guardar…

Lembra-te,

Ser IDOSO
Não é o final da caminhada,
É o caminho!

sábado, 8 de maio de 2010


Hoje,
Qual Sisífo,
Atingi o cume da montanha.

Na algibeira
Trago-me.
Um pequeno rochedo,
Para ofertar aos Deuses.

Sei,
Agora,
Ser possível encontrar-me
Em pequenas pedras!

Eu
Poetisa dos sentidos
Não sei escrever Amor.

Escrever Amor é ridículo!,
Afirma Pessoa Poeta.

Não crês?

Então, explica-me
Porque AMO O MUNDO
E não consigo escreve-lo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Oh, Helena
Presente dos sonhos passados.

Quero dizer-te
Que permaneces-te essência dos sonhos presentes
Acompanhas-me.

O teu “Rezo para que sejas tu, para que sejas feliz.”
É oxigénio em apneias.

Tu constituis-me.

Sei
Que todos os passos que der
Não serão suficientes
Para dissociar-me de Ti.

Foste, És e Serás
Parte da alma que sou.

És, ainda, a Musa Humana
Eterna PROFESSORA de vida

quinta-feira, 6 de maio de 2010




Mãe

Se regressares
Não faças barulho ao procurares a chave da porta

Não a deixes aberta
Ou bater com o vento

Não tropeces nos tapetes novos
Ou na mobília que desconheces

Não acendas a luz de todas as divisões
Ou a deixes acesa quando desnecessária

Não ouses gritar de uma qualquer parte
- Cheguei!

Mas,
Eu sei que não regressarás.
Porque eu jamais conseguirei deixar(-te)!

Ciência,
Obra de um Deus austero,
Limitadora da criação dos Homens.

Porém, verdade
Após séculos de camuflagem.

Ainda,
Imaginação escrava da inteligência.

Repleta de mudança
Mudas o Mundo
E, por vezes, o Homem!

[O Tempo galopa
A par do cavalo castanho]

Os novos partem
Os campos deixam de ser cultivados
Os velhos morrem
As casas são abandonadas

[Sobrevive-se do que se foi
Com receio do que se poderá ser]

Mas,
A minha Aldeia permanece
Daqueles que acreditam
Na sua origem

Eu também parti.
Incorporei localidades soberbas
Incapazes de preencher os meus sentidos

Por isso,
REGRESSO.
Sento-me no seu único café
Vejo a vida galopar
E, sinto-me FELIZ

Aqui,
Sou Livre,
Mulher,
Humana.

Sou paisagem dos que vêem,
Sendo observadora dos que passam.
Sou som dos que ouvem,
Aroma dos que cheiram,
Gosto dos que saboreiam,
Toque dos que palpam.
Sou sentidos!

O que almejo
E outros desejam!

Possuindo a Liberdade,
Em fúria,
Torno quimeras realidade.

Hoje, e apenas Hoje,
É possível
Alterar o Presente.

Desta escarpa,
Observo o Mundo
Do qual sou Parte
E Todo.
[Vejo-o à distância,
De tão perto!]

E, a Terra absorve
O olhar de viajante fatigada.
As habitações,
Qual moradias do Tempo,
Albergam passado, presente e incerto.
A música,
Creio ser cânticos de entrega.
Os caminhos,
Fonte de partida e terna chegada.

Regressarão todos os que partem?
Na memória.

quarta-feira, 21 de abril de 2010


Pergunto-me,
Será a existência um lapso de Deus.

Procura.
Encontras?
Não desistas.
Nem sempre o errado não se encontra certo!

O errado é relativo.
O relativo, relativiza-se!

Nada existe.
Tudo é válido.
Encontramo-nos na Era da Liberdade!
Condicionada, mas Liberdade!

Sinto a liberdade a iniciar-se na compreensão.
O outro não consegue integrar-te?
Prende-se em si.

Não simplifiques,
Ignorando.

Terminou-se o Tempo da exposição do outro.
Cria-se Tempo.
Cronos jamais conseguirá devorar-nos juntos.

Liberdade.
Desejava integra-la,
Num Tempo Singular e Plural,
Num Tempo não cronometrado.

A trabalhar para Ser Livre.

Observo.
Desgasto o olhar.
São Pessoas, Objectos e Som!
Penetram no tímpano em volume e altura
Sons, som e mais sons…

Toco nesses Objectos.
Penetro-os, sem clemência.
Não osculto opiniões!
Penetro-os.
[Compreendes-me?]

Saboreio o café.
[Sinto-lhe o gosto e o cheiro!]
Grito?
Não!

Necessito de estímulos.
Em quantidade! Em qualidade!
E repouso.
Descanso.
Todas as vozes internas o clamam!
Descanso.
[Este organismo,
Exige-o!]

Todavia, o intelecto não se submete!
O intelecto incomoda.
Intelectualizar manifesta incompreensão!
[Compreendes-me?]

Necessito de teorias.
Singulares.
Inerentes ao indivíduo, individual!

O cheiro do tabaco incorpora-me.

Distancio-me de outros e com outros.
Mentira!
Distancio-me, divago e disserto!

Procuro um Deus interno,
Ao meu Ser.
Não creio na existência de outros.
Creio no que vive!

Creio no olhar, toque, cheiro, gosto, audição e tacto,
Com que descobres a farsa!

Almejas quimeras.
Até a farsa superar-te.
[Compreendes-me?]

terça-feira, 23 de março de 2010


Pudesse escrever a Dor
E toda a grafia seria
Vermelha.

A lembrar
Sangue
De golpes fatais

A lembrar
Vinho
De delírios descomunais

A lembrar
A alma transparente,
Que colérica,
Ruboriza

[As lágrimas nascem nos meus olhos
Vivem no meu rosto
Morrem nas minhas mãos e, raramente, no chão.

Valiosas,
Materialização da Dor,
Liberta!]


No entorpecimento da aula,
Incorporando o meio,
Na absoluta ignorância,
Ousas ousar!

[Por desconhecimento
Ou exagerada sapiência?]

Não limitas o teu pensamento.
Voas,
Depenas,
Mas consegues voar!

No interior do meu Ser
Uma quimera dilacera.

Almejo a poesia,
Na voz do criador, Poeta!
Almejo cantar seres, feitos e Homens.
Almejo, Helena, ao ritmo da maresia,
Cantar-te,
Num prolongamento,
Da tua bele
za.


Amanhece,
O Tempo não aguarda
Forma seres precoces!

[Ilustrado com uma imagem ao anoitecer!]

domingo, 21 de março de 2010



Um dia
Escrevi-te um poema
100 palavras!

Ontem,
Hoje,

E, talvez amanhã,
Amo-te

Mas, venderia a alma a Deus
Se em troca
Pudesse apagar-te em mim

Quebrar-me-ia
Em 100 palavras
Se as que a Ti pertencem
O vento as levasse
[Ou mesmo, um serial-killer as matasse!]

Fragmentar-me-ia
Se…
Fosse crente
Em Ti, em Deus e Finais Felizes!

Hoje,
E apenas hoje,
Sou capaz de esculpir-te
Com palavras

Pontuar-te o corpo
Conhecer-te o olhar
Iluminar-me quando sorris
Provar-te a voz
Ler-te

Hoje,
E apenas hoje,
Quero-te!
[Mas também querendo,

nada é verdade!]

100 palavras
Com sentimentos
E uma vontade de partilhar

100 palavras
As palavras esvaem-se por entre os dedos
[Tipo a areia da praia]
São demasiado pequenas
Amarelas

Com sentimentos
Os sentimentos… Sinto os meus!
Dava o TUDO que sou
Para adivinha-los teus

E uma vontade de partilhar
A partilha escravizada pela % de incerteza
[Frente ao abismo do outro
A querer dar um passo em frente
A certificar-me que não caio
Suspensa!]

Suspensa!
Entre o real que sou
O irreal que gostaria de ser
O real vs irreal que o outro devolve.

Sabias…
Que a tua voz penetra-me a pele?
Uma penetração ABSOLUTA
Por tudo que toca
[Afinal, todas as músicas tocam
Só não nos tocam da mesma maneira!]

Sabes,
GOSTO DE TI!
[Faço-me entender?]

100 palavras, porque pequenas
Com sentimentos, a desejá-los recíprocos
E uma vontade de partilhar

sexta-feira, 19 de março de 2010


19 de Março de 2010
Sexta-feira
Dia do Pai Manuel

Pensamento ao café
Ou
As 19 razões porque não sei escrever prosa

1. Qual o procedimento menos ecológico do dia? Comer torradas! Sempre que o faço imagino-me coberta daquele óleo da motosserra a abater ¼ da Amazónia. Manteiga, pão, mais manteiga. E eu sem a naturalidade necessária… de quem não se importa de beijar os dedos para não gastar PAPEL.

2. De onde vem o AZEITE? Paris? Não! De um mar de verdes azeitonas! E as verdes azeitonas? Do céu! It`s raining verdes azeitonas!
[Comentário patrocinado por Oliveira da Serra!]

3. “E quando se pensava que depois de todas as polémicas envolvendo modelos anorécticas se ia começar a ver mais curvas a desfilar nas passarelas, eis que tudo fica na mesma.” (Sábado, n.º 307, p. 24).
Por experiência sei que ser-se obeso é ser-se alvo de descriminação. Hoje, ser-se magro também o pode ser. Resta-nos ser NORMAIS. E se nos esquecêssemos do envelope? Talvez nos dissociássemos do CTT que existe em nós e fossemos o destinatário da missiva. Abriríamos a CARTA.

4. Notícia escaldante. “Nuno Gama leva Maria Gama à ModaLisboa” (Sábado, n.º 307, p. 27). Quem é Maria? Maria é “a cadela galgo whippet ] que [ nem precisou de coleira.” (Idem).

5. “22 anos é a altura de emancipação real das finlandesas, líderes na rapidez a sair da alçada paternal.” (Sábado, n.º 307, p. 30).
[Concerteza que não têm uma Licenciatura em Enfermagem. Ou, talvez sim! Mas não querem exercer em Portugal!]

6. O meu guarda-chuva cometeu mais uma tentativa de suicídio. Caiu ao chão. Acho que, tal como eu, quer sair à rua em dias de SOL!

7. Adorava chamar-me Eva. Como a primeira mulher… Como a diva do WALL-E… Como a(s) Eva(s) de todo mundo. Começou bem. Terminou bem. O meio não correu bem. Chamo-me Elsa.

8. PEC. Plano de Estabilidade e Crescimento ou Plano de Estagnação e Cessamento?

9. Quero ser OBESA em criatividade!

10. Clínica do Tempo?! Porque seremos tão ambiciosos? Queremos a experiência de um ancião e o corpo de um jovem. Bem… Se houver Euros!

11. O MEU PAI É O MELHOR PAI DO MUNDO. Repete baixinho e vezes 100 conta que não quer que eu seja como ele. Quer que eu seja melhor. Pai… se algum dia eu conseguir ser como tu serei FELIZ! Por isso e por seres pai do meu irmão, sendo sempre só MEU, Feliz Dia! A desejar que todos os dias sejam teus!

12. A escrita é um exercício narcisista. Falamos, Falamos, Falamos, esperando somente ouvirmo-nos!

13. “Peso bem certo” (Sábado – Primeira Escolha, n.º 307, p. 6). Admiro o fascínio que me abate quando vejo uma balança para venda numa superfície comercial. É tirar a balança da prateleira. Experimentar atenta ao funcionário que sorri (Porque todas as caretas, quando inoportunas, são sorrisos!). Devolvê-la à prateleira. E fascínio… Se houver outras… repetir o processo até verificar que não existem Pesos bem Certos!

14. 1 desejo – Quando estiver preparada descrevo a minha mais recente experiência laboral no Apoio Domiciliário. Porque existem momentos que não são, logo, passíveis de transformar em palavras.

15. Uma escolha. 5 para a meia noite, por volta da meia noite e meia.

16. “Hoje o substantivo ] escola [ define um edifício onde se armazenam petizes e se garante que a má-criação e o analfabetismo adquiridos em casa não sofrem perturbação” (Alberto Gonçalves Sociólogo, Sábado, n.º 307, p. 114).
[Salvaguarde-se a excepção! Alberto Gonçalves Sociólogo, que graças a Tempo, frequentou outra definição do dito edifício! Acredito no FUTURO!]

17. O motorista do meu autocarro de hoje divagava enquanto passávamos no Largo da Portagem – Coimbra: “E ele ainda não se cansou de apontar os carros que passam!” Nunca tinha observado aquela estátua. Já lá devo ter passado 100 vezes.

18. Outro desejo. Gostava de compreender o diálogo que passo a citar:
Francisco: Que linda flor que tens na casa de banho! É uma orquídea?
Maria: É de plástico.
Francisco: É bonita!
Maria: É de plástico.
Francisco: Dás-ma?
Maria: Não! É bonita!

19. Feliz dia papá!

quarta-feira, 17 de março de 2010



Palavras 100 papel.
Em imagem.

Vivo um presente roubado
Ao passado que prende
Ao futuro suspenso

Vivo um presente roubado
Às pessoas de quem sou
À matéria que constrói

Vivo um presente roubado
A um Eu que desconheço
Ao mundo de Pessoa que sou

Vivo um presente roubado
Ao Deus em que não creio
E que sei presente

Vivo um presente roubado
Que desejo presente
Já passado!

A Poesia
É uma espécie de ruga no Tempo

[GRITA-NOS, baixinho, QUE VIVEMOS!
Não somos sonho,
Nem corpo,
Apenas, Homens.]

Hoje,
Sou pássaro
Voo

Sou árvore
Beijo o céu

Sou Homem
Sonho

Hoje,
Deus-Homem,
Deixa-me SER

domingo, 7 de março de 2010


Questiono-me.
O que seria de Torga sem o Negrilho?
E do Negrilho sem Torga?

Talvez,
Mais um poeta,
Mais um arbusto.

Contudo,
Torga dá voz à Alma
Sendo o Negrilho a Alma do Mundo.

Poderia permanecer
[Neste lugar]
Para toda a eternidade

Se a tua ausência fosse definitivamente adiada,
Se o mundo não clamasse a minha presença,
Se no exterior não existisse nada
Que aniquilasse este sentimento
De que tenho TUDO

Poderia morrer
[neste instante]

Se não amasse demais a VIDA
Principalmente a partilhada contigo.

Poderia…
Serão as suposições possíveis?
Não sei.
Apenas reconheço,

ADORO-TE

sábado, 6 de março de 2010


Quero um silêncio perfeito
Em que as palavras sejam ruído

Quero um silêncio perfeito
Em que nada precise de ser dito

Quero um silêncio perfeito
Em que tudo seja desconhecido

Quero um silêncio perfeito
Beija-me

Fim de sexta-feira
A noite a aguardar-me
Lábios de batom
A isolar-me a gabardine
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Onde vives à sexta à noite?
Naquele bar de shots, Tapas, AAC?
Isso não é relevante, correcto?
Queres é viver.
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Os copos bebem-te
Ousam bater-te três vezes na madeira
A música ouve-te
Sorris cheio de Ti!
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Será que o mundo acaba às sextas?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010


Uma sala vazia
De corpos cheios

Uma Pessoa do avesso
Ou
A Pessoa direita
E a multidão do avesso

À espera

Realidades distintas
Em paralelo

És real,
Um corpo cheio?
[Porque não enches o espaço?
LOW BATERY]

O Vento
Gigante infeliz
Chegou à Aldeia

Afagou flores
Embalou árvores
Tocou-me

Confidenciou-me estórias
De outros tempos
E lugares

Partilhou sentimentos
O Vento sente?
Sentes o Vento?

E, sem forças,
Confiou-me mágoas.
Afirma-se cansado
De estar
Perto do Mundo!

Eu, anfitriã de Aldeia Selvagem,
Concedi esconde-lo.
Aqui
Seguramente, mais perto de Deus!

Assim,
O Vento findou o seu mover
Cessando o movimento.