sábado, 29 de outubro de 2011

Hoje
Sou feliz

Ouço
A música que quero

Vivo
As pessoas que quero

Sou
O que quero
Menos, mais e o que quero

Haverá maior liberdade,
Do que aceitar o Presente?


Sou da verdade e da mentira
Sonho e realidade
Deus e Pessoa

Vejo-me a ser TUDO
Capaz de TUDO
Excepto pertencer-te


És capaz de perdoar-me?

terça-feira, 20 de setembro de 2011




Seguro o mundo na mão
Ele foge-me por entre os dedos

Seguro com as duas mãos
Ele foge-me por entre os dedos

Seguro-o com a alma
E ele é meu

[Acho-me capaz de o partilhar contigo]
3 Cenários

1º Cenário
Tarde de Domingo. Chegamos a casa após o café. O meu pai segura na mão um objecto cujo nome desconheço. Aproxima-se de uma árvore pequenina e desenterra-a para a voltar a enterrar na mata que rodeia a nossa habitação. Não é um cenário que já não tenha acontecido. Com as mesmas personagens. Termina todo o processo. Chove. E ele grita da mata enquanto contempla a árvore:
- Elsa abre a torneira para eu regar a árvore.
Chove.
- Pai… Chove!
- Correcção. Chove um bocadinho. Sai mais água da mangueira!

2º Cenário
Tarde de Domingo. Jogamos cartas (sueca) com os nossos amigos no café. É a vez do Sr. Domingos dar cartas.
Ele mostra a carta de trunfo e à volta coloca três aglomerados de cartas. Forma uma pirâmide.
Eu:
- O Sr. Domingos está a dar cartas ou a distribuir o tarot... Só falta o turbante para parecer a Maya.

3º Cenário
Tarde de um dia qualquer. Diz-me uma pessoa a falar de outra:
- Ela é pior do que o Espírito Santo!
- Não percebi!
- Pior do que o Espírito Santo… Está em toda a parte.


Meu amor
Ainda há quem possa morrer.

De amor!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Palavras
Gestos
Pessoas cheias de palavras e gestos

Gestos
Pessoas
Palavras cheias de gestos e pessoas

Pessoas
Palavras
Gestos cheios de pessoas e palavras

Esta noite danças?

domingo, 12 de junho de 2011


Mudo a cor do cabelo, a marca do batom, o formato do biquíni que uso.
Mudo de roupa e de sapatos.
Mudo.

E gostava de mudar-me de mim.

Posso?

quinta-feira, 14 de abril de 2011


Concebo-me pessoa numa estória de amor
Não correspondido a todos
Apenas aquele


Em que encontrar
É medo de já não ser suficiente


Vejo-a ser levada
Sinto-a beijar-me com o olhar
Sigo-a


[Até perder o que sou]


Vejo-a ser despida
Para que o Deus dos Homens
Veja a sua imundice
Onde só vejo a mulher
[Que amo]


Planeiam esfola-la
Faço-os procurar a pedra
Que os constitui
Ficamos sós com o temp(l)o


Seguro-a nua
Quero-a. Abraço-a.
Foco-me na nossa hiperventilação
Quase a beijo


Abraço-a. Quero-a mais.

Não há tempo.

Mato-a com as minhas mãos


Pertenço-lhe e à sua elipse


Abandono-nos. Apedrejam-na.


Sei-me morto
Por um beijo que não foi dado


Pertenço-lhe

quarta-feira, 30 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011


I
À luz da vela
Branca
Recém-acesa
Iluminadora

De lápis verde
Infinito
Útil

A Lua. Longe,
Quase escondida,
Mas, deste lado da Terra

Invadida por sons, ruído, barulho
TOM… TOM… TOM…
Computador desligado!

À procura
No interior e exterior
De mais luz

À procura de um NADA
Aquele,
Um NADA que é TUDO

À procura de Ser

II
À procura do NADA/TUDO
O NADA Eu
OTUDO o Outro

O Outro mágico
Espelho do Eu
[Esse EU sem Outro
Solidão]

III
A luz da vela mantêm-se
Chegará para iluminar-me?

quarta-feira, 9 de março de 2011





Geração rasca
Geração «à» rasca

Afirmam-se

Cansados de SER
Jovens licenciados desempregados
Jovens desempregados
Jovens

Afirmam-se
Exaustos de estudar
Exaustos

[Possuirão ainda ânimo para trabalhar?]

Afirmam-se
Imobilizados pelo sistema
Do trabalho precário
Das entrevistas fachada
Dos CV`s
[Alegrem-se

Chegará o dia em que morrer
Estará pendente do respectivo, CV!]

Afirmam
Não há trabalho.
[Correcção: O emprego
Não espera apanhar-nos à socapa
À saída da universidade.
Existirão empregos?]

Afirmam
Não tenho meio de transporte.
[Correcção: O carro
Não espera apanhar-nos à socapa

À saída da DGV.]

Afirmam
Não posso ter uma casinha.
[Correcção: A casinha
Também, não espera apanhar-nos à socapa.]

Afirmam-se
Cansados de não TER!

SER, já não é prioritário!

Afirmam-se
Cansados de SER!

terça-feira, 1 de março de 2011



A cada estória
A vida prova-me
Não existirem Finais Felizes

E fragmento-me
Em múltiplos estilhaços
Até ser pedaços de mim

[Repito!]

E todo este processo
Que poderia ser breve e fácil
É dor

[Devido a homicídios involuntários!]

Gosto de Ti

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As personagens que interpreto


Serial Killer
O turno chegou ao fim… Termino de passar aos meus colegas a minha última puérpera e respectivo recém-nascido. Despeço-me de todos desejando um bom trabalho. Só volto na tarde de domingo. Subo de piso e dirijo-me ao vestiário para despir a farda. Cumprimento todos os que se cruzam comigo e desejam um bom-dia… Quando só quero que seja um bom final de noite! Desço escadas e mais escadas… Faço a biometria… Saio da maternidade com a sensação de que fiz o melhor que sabia e não consegui ser perfeita. Caminho até casa. Chego à porta do meu prédio e procuro as chaves. Meto a mão dentro da mala e procuro algo metálico. Aproxima-se um vizinho de mão dada com uma criança (Talvez se tenha esquecido de algo em casa?). Eu, vitoriosa, tiro a mão da mala… Trago uma tesoura na mesma. O meu vizinho puxa a criança para si e apresenta uma expressão atemorizada. Imagino que pensa: Partilho o prédio com uma serial killer!




Cleptomaníaca
Tarde de sábado. Matámos o tempo que falta para o jantar a divagar pelo Ikea. Logo à entrada encontro um peluche enorme: um elefante. Faço fitas e mais fitas com o intuito que o comprem… 100 resultado. Ainda caminho com ele durante 15 minutos até o abandonar. Já no armazém vejo outro elefante com a cabeça enfiada num balde. Ignoro o restante cenário e seguro nele triunfante… Até perceber: o balde está dentro de um carrinho de compras (um carrinho de compras esquisito, mas carrinho de compras!) e ao lado está a futura dona a esclarecer-se junto de um funcionário… Os dois ficaram estupefactos! Imagino que pensam: É uma cleptomaníaca!



Anjo branco
São horas de dormir... A menos que seja recém-nascido e ainda não tenha tido tempo de comprar um relógio ou seja enfermeira e esteja a fazer o turno da noite. Sim, são 3h da madrugada e tenho uma mãe exausta e um bebé que terminou de mamar, choroso. Apercebo-me que fica mais calmo quando o seguro no colo e faço compressão com as perninhas dele na barriguinha (sim, são perninhas e barriguinha!). Faço-lhe uma massagem abdominal enquanto faço o respectivo ensino à mãe, que surte efeito (como gostamos de escrever). Passam 10 minutos e aquele bebé adormece assim como a mãe. São 7h e aquela mãe está a amamentar. Pergunto-lhe se conseguiu descansar. Responde-me que dormiram até às 6h30 e acrescenta: A menina Enfermeira é um anjo… um anjo branco!
Ultimamente fazem-me com frequência a mesma questão: És assim?
Ao que respondo: Assim e muito mais!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011





E vejo-me
Tão real, nítida, presente
Quase feliz!

E duvido da inexistência de Deus
Quase Feliz!

Hoje o amanhã é cedo demais!

A noite beija-me o corpo
Permitindo-me estar mais perto do universo

Acorda-me os sentidos
As pequenas e as grandes memórias
A mente
[Que me mente!]

E, mais uma vez,
Dás-me ½ beijo

Vejo-me estática
A sentir-te mulher
Sendo, também, mulher

A mente
[Que não me mente!]

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011





[……………………….
………………………..
……………………….]

O poema mais sublime da minha obra
É o que escrevo 100 palavras
E encerra tudo o que vi

Escrever
É catarse pessoal
Cara

Compensará o que escrevo
O que deixo de (vi)ver?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011





São os que não acreditam que o sonho comanda a vida.
Pelo menos a vida de um enfermeiro... o S.O.N.H.O. e o SAPE...

Janeiro de 2010
Resposta ao: Questionário aos licenciados pela ESEnfC em 2009

O desempregado
Não tem nome
Não tem corpo
Não tem emprego
É anónimo!
[Talvez para que não invejem a sua sorte!]

É jovem, bonito até…
É um estimado Enfermeiro.
Tem uma LICENCIATURA.
Conseguida com o seu esforço,
O dinheiro dos pais
E, até, do país!

Já está a trabalhar?
Sim ou Não
Já trabalhou!

“Se respondeu “Não” o preenchimento está concluído.
Pf devolva o questionário.
Muito obrigado.”
[Não tem a experiência requerida para:
Fazer um comentário relativamente à satisfação/insatisfação com o curso
O que considera que pode ser melhorado na Formação em Enfermagem da licenciatura
Ou outros aspectos!]

“Localização da instituição onde trabalha”
“A formar enfermeiros para a Europa…”
Como que a adivinhar FORA do país.
Por enquanto não…

(...)


“O seu contrato é”
A termo certo
Aliás, certo demais!

O desempregado
Não tem nome
Não tem corpo
Não tem emprego
É anónimo!
[Talvez para que não invejem a sua sorte!]

Saiu da Escola Superior
Saiu da instituição de Saúde em que trabalhava

Já, só procura ENTRAR
Ter um nome
Um corpo
Um emprego
Ser o Enfermeiro X.
[Talvez para que não invejem a sua sorte!]

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011





Para seres FELIZ,
Ama
Não mais do que podes
Não mais do que o outro pode receber

Esvazia-te de ti
Para que o outro possa entrar

E se o outro
À porta de ti ficar,
Desilude-te, e sorri

Menos uma ilusão
A consumir-te

Fragmenta-te
E recusa colagens
Recria-te

Almeja
Ser mais FELIZ
No singular

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


I
O meu castelo
Foi imortalizado na
FOTOGRAFIA, que descrevo

II
Uma mesa de madeira
A toalha de plástico florida
3 pratos, 3 copos e 3 garfos
1/3 de uma garrafa de champanhe
1 bolo de aniversário com 5 velas acesas
Mesa exposta

À volta uma das famílias pela qual ainda hoje rezo!

III
O meu pai
De sorriso escondido
Com o meu irmão ao colo

A minha mãe
De sorriso aberto
Seguindo-nos nesse presente

O meu irmão
Face ruborizada, camisola ruborizada
Olhar suspenso nas velas que ardem

Eu
FELIZ, como só consegue ser quem faz 5 anos
Quem tem presentes aqueles que ama
Quem constrói castelos

Que a vida desfaz 100 vezes!
Que eu construo 100 vezes!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011



Deus,
Posso devolver-te as cicatrizes
Que tenho no coração?

Trocar as lágrimas de quem cuido
Por um sorriso?

Matar o medo
De ser eu a causa dessas lágrimas?

Eliminar o risco
Da minha intervenção?

Posso devolver-te as cicatrizes,
Em que às escuras,
Coloquei pontos e agrafos?

Aquelas,
Que por vezes,
Apresentaram sinais inflamatórios?


Posso?

Em 2011
Dá-me,
Por favor,
Não menos que em 2010

Dá-me
A minha família de Pessoas
E um bocadinho mais da Mãe que desconheço

Dá-me
Aqueles amigos que perdoam a minha ausência
E um bocadinho mais de presença para lhes oferecer

Dá-me
Pessoas para cuidar
E um bocadinho mais de conhecimento/humanidade para o fazer

Dá-me
Saúde, Paz e Poesia

E aumenta o IVA aos desejos

Para que eu peça,
Dá-me, por favor, não menos que em 2010

[Deus,

Não desistas de fazer-me acreditar em Ti]