quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


"Uma mão cheia de nada,
e o mundo à cabeceira"
A outra mão cheia de tudo
e o mundo à cabeceira

[O MEU mundo SEMPRE à cabeceira
O TEU mundo SEMPRE FORA DE SERVIÇO]

terça-feira, 29 de dezembro de 2009


Matava o TEMPO
Se o conseguisse apanhar
Quando o espero de mansinho
[Como quem diz à sucapa]

Apunhalava-o à ganância
Ditava improvérbios
- De que foges, se tens TEMPO?
- Onde te escondes, se és de todos?

Matava o TEMPO
Se não o soubesse eterno

I
Corpos nus a flutuar
A água inexistente de límpida
A corrente
A unir corpos dispersos

A margem
A comprimir a água
Os corpos, sobrepostos
A água, invisível
1 lago de corpos

Corpos nus não flutuam!?

II
Duas margens a limitar a multidão
[A corrente de corpos nus]

Não uma. Duas!
Infinitas
Sem saídas
1 lago estanque de corpos

Duas margens não limitam a multidão!

III
Corpos nus a flutuar
Sem imagem individual

A imagem colectiva
A desfocar a solidão de cada corpo

Corpos nus não flutuam!? Naufragam.