Corto os pulsos
A dor preenche-me o cérebro momentos depois
E, sobretudo, antes
Vejo sangue a percorrer-me as mãos
Mancho a roupa que não vesti,
A pele
Dou-me a um chão que me abraça
Deus
Acaba de chegar
Vê-me deitada, nua, a pintar um chão
Que está a deixar de me pertencer
[Adivinho que pensou em contactar o INEM
Mas ficou receoso por não conseguir falar com nenhum enfermeiro]
Promete-me o pôr-do-sol para colorir
Gritando, baixinho,
Que tenho de dar mais do que sangue
Para merecer o final do dia
Terei de dar o TUDO que sou
Corto os pulsos
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