terça-feira, 23 de março de 2010


Pudesse escrever a Dor
E toda a grafia seria
Vermelha.

A lembrar
Sangue
De golpes fatais

A lembrar
Vinho
De delírios descomunais

A lembrar
A alma transparente,
Que colérica,
Ruboriza

[As lágrimas nascem nos meus olhos
Vivem no meu rosto
Morrem nas minhas mãos e, raramente, no chão.

Valiosas,
Materialização da Dor,
Liberta!]


No entorpecimento da aula,
Incorporando o meio,
Na absoluta ignorância,
Ousas ousar!

[Por desconhecimento
Ou exagerada sapiência?]

Não limitas o teu pensamento.
Voas,
Depenas,
Mas consegues voar!

No interior do meu Ser
Uma quimera dilacera.

Almejo a poesia,
Na voz do criador, Poeta!
Almejo cantar seres, feitos e Homens.
Almejo, Helena, ao ritmo da maresia,
Cantar-te,
Num prolongamento,
Da tua bele
za.


Amanhece,
O Tempo não aguarda
Forma seres precoces!

[Ilustrado com uma imagem ao anoitecer!]

domingo, 21 de março de 2010



Um dia
Escrevi-te um poema
100 palavras!

Ontem,
Hoje,

E, talvez amanhã,
Amo-te

Mas, venderia a alma a Deus
Se em troca
Pudesse apagar-te em mim

Quebrar-me-ia
Em 100 palavras
Se as que a Ti pertencem
O vento as levasse
[Ou mesmo, um serial-killer as matasse!]

Fragmentar-me-ia
Se…
Fosse crente
Em Ti, em Deus e Finais Felizes!

Hoje,
E apenas hoje,
Sou capaz de esculpir-te
Com palavras

Pontuar-te o corpo
Conhecer-te o olhar
Iluminar-me quando sorris
Provar-te a voz
Ler-te

Hoje,
E apenas hoje,
Quero-te!
[Mas também querendo,

nada é verdade!]

100 palavras
Com sentimentos
E uma vontade de partilhar

100 palavras
As palavras esvaem-se por entre os dedos
[Tipo a areia da praia]
São demasiado pequenas
Amarelas

Com sentimentos
Os sentimentos… Sinto os meus!
Dava o TUDO que sou
Para adivinha-los teus

E uma vontade de partilhar
A partilha escravizada pela % de incerteza
[Frente ao abismo do outro
A querer dar um passo em frente
A certificar-me que não caio
Suspensa!]

Suspensa!
Entre o real que sou
O irreal que gostaria de ser
O real vs irreal que o outro devolve.

Sabias…
Que a tua voz penetra-me a pele?
Uma penetração ABSOLUTA
Por tudo que toca
[Afinal, todas as músicas tocam
Só não nos tocam da mesma maneira!]

Sabes,
GOSTO DE TI!
[Faço-me entender?]

100 palavras, porque pequenas
Com sentimentos, a desejá-los recíprocos
E uma vontade de partilhar

sexta-feira, 19 de março de 2010


19 de Março de 2010
Sexta-feira
Dia do Pai Manuel

Pensamento ao café
Ou
As 19 razões porque não sei escrever prosa

1. Qual o procedimento menos ecológico do dia? Comer torradas! Sempre que o faço imagino-me coberta daquele óleo da motosserra a abater ¼ da Amazónia. Manteiga, pão, mais manteiga. E eu sem a naturalidade necessária… de quem não se importa de beijar os dedos para não gastar PAPEL.

2. De onde vem o AZEITE? Paris? Não! De um mar de verdes azeitonas! E as verdes azeitonas? Do céu! It`s raining verdes azeitonas!
[Comentário patrocinado por Oliveira da Serra!]

3. “E quando se pensava que depois de todas as polémicas envolvendo modelos anorécticas se ia começar a ver mais curvas a desfilar nas passarelas, eis que tudo fica na mesma.” (Sábado, n.º 307, p. 24).
Por experiência sei que ser-se obeso é ser-se alvo de descriminação. Hoje, ser-se magro também o pode ser. Resta-nos ser NORMAIS. E se nos esquecêssemos do envelope? Talvez nos dissociássemos do CTT que existe em nós e fossemos o destinatário da missiva. Abriríamos a CARTA.

4. Notícia escaldante. “Nuno Gama leva Maria Gama à ModaLisboa” (Sábado, n.º 307, p. 27). Quem é Maria? Maria é “a cadela galgo whippet ] que [ nem precisou de coleira.” (Idem).

5. “22 anos é a altura de emancipação real das finlandesas, líderes na rapidez a sair da alçada paternal.” (Sábado, n.º 307, p. 30).
[Concerteza que não têm uma Licenciatura em Enfermagem. Ou, talvez sim! Mas não querem exercer em Portugal!]

6. O meu guarda-chuva cometeu mais uma tentativa de suicídio. Caiu ao chão. Acho que, tal como eu, quer sair à rua em dias de SOL!

7. Adorava chamar-me Eva. Como a primeira mulher… Como a diva do WALL-E… Como a(s) Eva(s) de todo mundo. Começou bem. Terminou bem. O meio não correu bem. Chamo-me Elsa.

8. PEC. Plano de Estabilidade e Crescimento ou Plano de Estagnação e Cessamento?

9. Quero ser OBESA em criatividade!

10. Clínica do Tempo?! Porque seremos tão ambiciosos? Queremos a experiência de um ancião e o corpo de um jovem. Bem… Se houver Euros!

11. O MEU PAI É O MELHOR PAI DO MUNDO. Repete baixinho e vezes 100 conta que não quer que eu seja como ele. Quer que eu seja melhor. Pai… se algum dia eu conseguir ser como tu serei FELIZ! Por isso e por seres pai do meu irmão, sendo sempre só MEU, Feliz Dia! A desejar que todos os dias sejam teus!

12. A escrita é um exercício narcisista. Falamos, Falamos, Falamos, esperando somente ouvirmo-nos!

13. “Peso bem certo” (Sábado – Primeira Escolha, n.º 307, p. 6). Admiro o fascínio que me abate quando vejo uma balança para venda numa superfície comercial. É tirar a balança da prateleira. Experimentar atenta ao funcionário que sorri (Porque todas as caretas, quando inoportunas, são sorrisos!). Devolvê-la à prateleira. E fascínio… Se houver outras… repetir o processo até verificar que não existem Pesos bem Certos!

14. 1 desejo – Quando estiver preparada descrevo a minha mais recente experiência laboral no Apoio Domiciliário. Porque existem momentos que não são, logo, passíveis de transformar em palavras.

15. Uma escolha. 5 para a meia noite, por volta da meia noite e meia.

16. “Hoje o substantivo ] escola [ define um edifício onde se armazenam petizes e se garante que a má-criação e o analfabetismo adquiridos em casa não sofrem perturbação” (Alberto Gonçalves Sociólogo, Sábado, n.º 307, p. 114).
[Salvaguarde-se a excepção! Alberto Gonçalves Sociólogo, que graças a Tempo, frequentou outra definição do dito edifício! Acredito no FUTURO!]

17. O motorista do meu autocarro de hoje divagava enquanto passávamos no Largo da Portagem – Coimbra: “E ele ainda não se cansou de apontar os carros que passam!” Nunca tinha observado aquela estátua. Já lá devo ter passado 100 vezes.

18. Outro desejo. Gostava de compreender o diálogo que passo a citar:
Francisco: Que linda flor que tens na casa de banho! É uma orquídea?
Maria: É de plástico.
Francisco: É bonita!
Maria: É de plástico.
Francisco: Dás-ma?
Maria: Não! É bonita!

19. Feliz dia papá!

quarta-feira, 17 de março de 2010



Palavras 100 papel.
Em imagem.

Vivo um presente roubado
Ao passado que prende
Ao futuro suspenso

Vivo um presente roubado
Às pessoas de quem sou
À matéria que constrói

Vivo um presente roubado
A um Eu que desconheço
Ao mundo de Pessoa que sou

Vivo um presente roubado
Ao Deus em que não creio
E que sei presente

Vivo um presente roubado
Que desejo presente
Já passado!

A Poesia
É uma espécie de ruga no Tempo

[GRITA-NOS, baixinho, QUE VIVEMOS!
Não somos sonho,
Nem corpo,
Apenas, Homens.]

Hoje,
Sou pássaro
Voo

Sou árvore
Beijo o céu

Sou Homem
Sonho

Hoje,
Deus-Homem,
Deixa-me SER

domingo, 7 de março de 2010


Questiono-me.
O que seria de Torga sem o Negrilho?
E do Negrilho sem Torga?

Talvez,
Mais um poeta,
Mais um arbusto.

Contudo,
Torga dá voz à Alma
Sendo o Negrilho a Alma do Mundo.

Poderia permanecer
[Neste lugar]
Para toda a eternidade

Se a tua ausência fosse definitivamente adiada,
Se o mundo não clamasse a minha presença,
Se no exterior não existisse nada
Que aniquilasse este sentimento
De que tenho TUDO

Poderia morrer
[neste instante]

Se não amasse demais a VIDA
Principalmente a partilhada contigo.

Poderia…
Serão as suposições possíveis?
Não sei.
Apenas reconheço,

ADORO-TE

sábado, 6 de março de 2010


Quero um silêncio perfeito
Em que as palavras sejam ruído

Quero um silêncio perfeito
Em que nada precise de ser dito

Quero um silêncio perfeito
Em que tudo seja desconhecido

Quero um silêncio perfeito
Beija-me

Fim de sexta-feira
A noite a aguardar-me
Lábios de batom
A isolar-me a gabardine
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Onde vives à sexta à noite?
Naquele bar de shots, Tapas, AAC?
Isso não é relevante, correcto?
Queres é viver.
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Os copos bebem-te
Ousam bater-te três vezes na madeira
A música ouve-te
Sorris cheio de Ti!
[A noite sôfrega por gente
Que lhe espante o frio!]

Será que o mundo acaba às sextas?